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capa do ebook A (Não) Documentação da Morte da Arquitetura Industrial: Estudo de Caso em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

A (Não) Documentação da Morte da Arquitetura Industrial: Estudo de Caso em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

A documentação da arquitetura

industrial permite entender não somente a

tipologia dos edifícios industriais, mas também

as influencias estilísticas, a memória da

produção, as relações industriais, as técnicas

e tecnologias empregados, dentre vários

outros aspectos relacionados às construções.

Se amplificada ao contexto sócio histórico,

ela garante uma reconstrução da memória e

trajetória da indústria, uma reconstrução da

evolução urbana, social e cultural do lugar e das

relações existentes entre a empresa e o lugar.

Entretanto, muitas vezes a documentação que

permitiria entender a multiplicidade de variáveis

que envolvem a história do edifício, da empresa

e das relações existentes com a sociedade em

que se constitui torna-se fator de esquecimento

ou mesmo morte do passado. A ideia de

desenvolver uma relação entre a indústria e

a sociedade, entre o edifico e a memória do

lugar torna-se elemento de esquecimento

frente à necessidade de modernização, de

renovação, de adaptação dos espaços urbanos

(e sociais) à realidade contemporânea. Em

alguns casos, a existência de empresas

(indústrias) em área consideradas urbanas e

residenciais caracteriza-se como inadequada

ou incompatível. Dessa forma, vários núcleos

fabris têm desaparecido do tecido urbano e

da vida social das cidades sem que tenham

recebido um tratamento adequado quanto

a sua importância para o desenvolvimento

social e mesmo para a existência de seu

entorno. Os equipamentos sociais muitas

vezes se desvinculam de seu elemento de

origem, a fábrica, por esta não mais existir ou

ter sido substituída por novos elementos de

urbanização. Assim, o trabalho busca resgatar

a história (ou o que dela restou) acerca de

um exemplo particular da industrialização da

cidade de Belo Horizonte, a partir do início do

século XX, quando a cidade ainda se construía

e se tornava importante centro político,

econômico e industrial de Minas Gerais. A ideia

em se constituir uma fábrica/indústria nasce

da visão acerca da necessidade de mercado

e aos poucos cresce com a necessidade de

deslocar-se espacialmente de acordo com a

própria evolução da estrutura urbana da cidade.

Entretanto, mesmo se consideradas as variáveis

urbanas e econômicas, não se percebe uma

preocupação para a valorização histórica

de uma memória industrial que se desfez e

desaparece no século XXI, fato ocorrido com

o edifício-sede da empresa, importante centro industrial entre as décadas de 40 e 70 que não mais existe, sendo possível apenas

seu resgate por meio da memória fotográfica e documental existente. Dessa forma,

tem-se uma (des)continuidade temporal que se faz sentir pela não documentação da

“morte da arquitetura industrial” de um recente passado empresarial, de suas origens

e anos de desenvolvimento e afirmação mercadológica e econômica frente à memória

social e urbana da cidade. A preocupação com uma linha histórica do desenvolvimento

da capital mineira, com suas origens, desenvolvimento e evolução ao longo do tempo

passa por uma preocupação com relação à documentação de sua memória industrial,

de seus edifícios, sua importância na constituição da malha social-urbana e na sua

história de vida e de seus cidadãos.

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A (Não) Documentação da Morte da Arquitetura Industrial: Estudo de Caso em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

  • DOI: 10.22533/at.ed.35319150117

  • Palavras-chave: arquitetura industrial; patrimônio industrial; memória industrial.

  • Keywords: Atena

  • Abstract:

    ATENA

  • Número de páginas: 15

  • Ronaldo André Rodrigues da Silva
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