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capa do ebook A produção de mudas nativas no estado de São Paulo e a crise ambiental

A produção de mudas nativas no estado de São Paulo e a crise ambiental

Este trabalho apresenta um estudo comparativo da produção de mudas de espécies arbóreas nativas, no estado de São Paulo, nas duas últimas décadas. O objetivo é acompanhar a evolução do mercado produtor de espécies nativas, disponibilizando as informações para facilitar a restauração ecológica. Para tanto, foi desenvolvida uma base de dados sobre viveiros de mudas florestais nativas, contendo informações sobre localização do viveiro, formas de contato, obtenção e armazenamento de sementes, produção de mudas, controle de qualidade, finalidade e destinação das mudas. As informações são atualizadas anualmente, por meio de contato telefônico ou correio eletrônico, diretamente com os produtores. A produção de 13 milhões de mudas anuais, em 2.000, aumentou para 26 milhões, em 2006 e 2007, atingindo a marca de 41 milhões de mudas anuais, no período de 2008 a 2013, com capacidade instalada para produção de 78 milhões de mudas/ano, em 208 viveiros cadastrados. A diversidade de espécies produzidas também apresentou um aumento gradual, indo de 270 espécies, no início do levantamento, a mais de 500 espécies em 2006/2007, e chegando a mais de 700 espécies de mudas arbóreas nativas, entre 2008 e 2013. Neste mesmo período, a produção média dos viveiros girava em torno de 195 mil mudas anuais e a diversidade, em 86 espécies. A partir destas informações, pôde-se concluir que, no estado de São Paulo, não havia mais déficit de produção de mudas, tanto em quantidade, quanto em diversidade, e que as recomendações de políticas públicas tiveram influência neste avanço significativo, tanto na quantidade, como na diversidade de mudas arbóreas nativas. Nos anos de 2015/2016, a produção sofre leve declínio, ficando em torno de 37 milhões de mudas anuais, ou seja, uma diminuição de 10%, aproximadamente, mas a partir de 2017, em virtude da retração do mercado, quer seja pela incerteza dos produtores em relação à regulamentação do Código Florestal, sobretudo nas questões envolvendo o Cadastro Ambiental Rural (CAR), quer seja pela flexibilização da legislação, essa tendência é bastante acentuada. Dos 209 viveiros cadastrados em 2017, 29 encerraram suas atividades de produção de mudas nativas. A grande maioria dos viveiros municipais transformou-se em viveiro de espera, recebendo mudas referentes a TCRA’s. Dos viveiros da iniciativa privada, dois só produzem sob encomenda e alguns diminuíram significativamente a sua produção. Até o momento, a produção anual de 2018 está entre 20 e 25 milhões de mudas anuais, com uma diversidade média de 100 espécies. Este setor produtivo, no estado de São Paulo, apresenta declínio acentuado em termos de produção quantitativa, mas o fator positivo é que a diversidade de espécies encontra-se acima daquela que a legislação orienta. Outro ponto positivo é o fato de alguns viveiros estarem produzindo outras formas de vida de espécies nativas, além das arbóreas.

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A produção de mudas nativas no estado de São Paulo e a crise ambiental

  • DOI: 10.22533/at.ed.4952013112

  • Palavras-chave: Espécies Vegetais Nativas, Viveiros de Mudas, Produção

  • Keywords: Native Vegetable Species, Seedling Nurseries, Production

  • Abstract:

    This work presents a comparative study of the production of seedlings of native tree species, in the state of São Paulo, in the last two decades. The objective is to follow the evolution of the market for the production of native species, providing information to facilitate ecological restoration. To this end, a database was developed on nurseries of native forest seedlings, containing information on the location of the nursery, ways of contact, obtaining and storing seeds, seedling production, quality control, purpose and destination of the seedlings. The information is updated annually, by telephone or electronic mail, directly with the producers. The production of 13 million seedlings per year, in 2,000, increased to 26 million in 2006 and 2007, reaching the mark of 41 million seedlings annually, in the period from 2008 to 2013, with an installed capacity for the production of 78 million seedlings / 208 registered nurseries per year. The diversity of species produced also increased gradually, from 270 species, at the beginning of the survey, to more than 500 species in 2006/2007, and reaching more than 700 species of native tree seedlings, between 2008 and 2013. In this same period, the average production of the nurseries was around 195 thousand seedlings per year and the diversity, in 86 species. From this information, it was concluded that, in the state of São Paulo, there was no more deficit in seedling production, both in quantity and diversity, and that public policy recommendations had an influence on this significant advance, both in quantity , as in the diversity of native tree seedlings. In the years 2015/2016, production suffered a slight decline, reaching around 37 million seedlings per year, that is, a decrease of approximately 10%, but as of 2017, due to the retraction of the market, whether due to the producers' uncertainty regarding the regulation of the Forest Code, especially in matters involving the Rural Environmental Registry (CAR), whether due to the relaxation of legislation, this tendency is quite accentuated. Of the 209 nurseries registered in 2017, 29 ended their activities of producing native seedlings. The vast majority of municipal nurseries became a waiting nursery, receiving seedlings referring to TCRA’s. Of the private initiative nurseries, two only produce to order and some have significantly reduced their production. To date, annual production in 2018 is between 20 and 25 million seedlings per year, with an average diversity of 100 species. This productive sector, in the state of São Paulo, presents a sharp decline in terms of quantitative production, but the positive factor is that the diversity of species is above that which the legislation guides. Another positive point is the fact that some nurseries are producing other forms of life of native species, in addition to the trees.

     

  • Número de páginas: 1

  • Cilmara Augusto
  • Caroline Vivian Gruber
  • Elenice Eliana Teixeira
  • Luiz Mauro Barbosa
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