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capa do ebook CULTURA E MEMÓRIA DO MILHO, DA MANDIOCA E DO FEIJÃO ENQUANTO PRÁTICAS DE RESISTÊNCIA AOS MODELOS HEGEMÔNICOS E SEUS IMPACTOS NAS TRADIÇÕES ALIMENTARES NO BRASIL

CULTURA E MEMÓRIA DO MILHO, DA MANDIOCA E DO FEIJÃO ENQUANTO PRÁTICAS DE RESISTÊNCIA AOS MODELOS HEGEMÔNICOS E SEUS IMPACTOS NAS TRADIÇÕES ALIMENTARES NO BRASIL

O Brasil vem se destacando mundialmente pelos métodos agressivos na produção de alimentos.  Do desmatamento e concentração de terras nas mãos de latifundiários à expansão da agropecuária e monoculturas intensivas como as de soja, de milho e cana de açúcar, se somam o uso abusivo de agrotóxicos, a produção de alimentos geneticamente modificados e o aumento do consumo de alimentos industrializados. Nesse contexto, consideramos relevante questionar que embora uma parcela da população venha se mostrando mais consciente acerca das origens dos alimentos que consome, buscando por aqueles associados ao cultivo orgânico e as espécimes in natura, este grupo representa um movimento pequeno, deixando de fora uma parcela significativa da população brasileira que não pode arcar com os altos custos praticados. Esse artigo, portanto, busca encontrar um caminho em meio a essas tendências tomando como objetos de análise alimentos que como o milho, a mandioca e o feijão estão na base da alimentação popular brasileira, além de originários e cultivados pela agricultura familiar, situam-se do lado oposto ao dos modelos hegemônicos citados. Partindo de três estudos que abordam o milho, a mandioca e o feijão, em suas mais recentes apropriações estéticas, mostramos como se manifestam tentativas de neutralizar o caráter popular desses alimentos e de práticas tradicionais da comensalidade e gastronomia brasileiras, mascarando sua ‘falta de dignidade’ por uma espécie de exotização ao inverso. Com essa discussão, buscamos abordar como os modelos hegemônicos processam um apagamento de memórias alimentares e resistir aos processos de mercantilização no contexto da alimentação brasileira.

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CULTURA E MEMÓRIA DO MILHO, DA MANDIOCA E DO FEIJÃO ENQUANTO PRÁTICAS DE RESISTÊNCIA AOS MODELOS HEGEMÔNICOS E SEUS IMPACTOS NAS TRADIÇÕES ALIMENTARES NO BRASIL

  • DOI: 10.22533/at.ed.6692014124

  • Palavras-chave: Gastronomia Brasileira, Memória, Resistência, Milho, Mandioca, Feijão

  • Keywords: Brazilian Gastronomy, Memory, Resistance, Maize, Manioc, Beans.

  • Abstract:

    Brazil has been standing out worldwide for its aggressive methods in food production. From deforestation and concentration of land in the hands of landowners to the expansion of cattle breeding and intensive monocultures such as soybeans, corn and sugar cane, the abuse of pesticides, the production of genetically modified foods and the increase in consumption of industrialized food are added. In this context, we consider it relevant to question that although a portion of the population has been more aware of the origins of the food it consumes, searching for those associated with organic cultivation and the specimens in natura, this represents a small movement, leaving out a significant portion of the Brazilian population that cannot afford the high costs practiced. This article, therefore, seeks to find a path in the midst of these trends by taking as objects of analyses foods that, such as maize, manioc and beans, are at the base of popular Brazilian food, besides being original specimens and cultivated by family farming, are located on the opposite side of the hegemonic models mentioned. Based on three studies that address maize, manioc and beans in their most recent aesthetic appropriations, we point out to attempts to neutralize the popular character of these foods and traditional practices of Brazilian commensality and gastronomy, masking their 'lack of dignity' by a kind of exoticization in reverse. With this discussion, we seek to address how hegemonic models process an erasure of food memories and to resist the processes of mercantilization in the context of Brazilian food.

  • Número de páginas: 14

  • Nina Bitar
  • Felipe Fujihara
  • Myriam Melchior
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