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capa do ebook O PODER DIZER E O DEVER CALAR: O SILENCIAMENTO COMO INTERDIÇÃO DO DISCURSO EM QUERÔ UMA REPORTAGEM MALDITA

O PODER DIZER E O DEVER CALAR: O SILENCIAMENTO COMO INTERDIÇÃO DO DISCURSO EM QUERÔ UMA REPORTAGEM MALDITA

Neste trabalho, propomos analisar, fundamentados na Análise do Discurso (AD), os enunciados silenciados em Querô uma reportagem maldita escrita por Plínio Marcos em 1976, observando não apenas a ótica da interdição da obra, mas a presença do silenciamento nas relações vivenciadas pelas personagens, posto que o silêncio pode ser entendido como uma circunstância que resulta a significação. Com a censura, forma institucionalizada do silêncio, a peça teve que ser reescrita em forma de romance, mais precisamente, numa reportagem maldita. A novela retratava a história de um moleque marginalizado que nasceu de uma prostituta que se matou bebendo querosene. O menino ficou sob os cuidados da cafetina Violeta. Seu verdadeiro nome é Jerônimo da Piedade, mas todos o chamavam de Querosene por causa do acontecido com sua mãe; mais tarde tornou-se apenas Querô. Contudo, neste texto, adotaremos apenas o silenciamento como uma política de sentido, que produz um recorte entre o que se diz e o que não diz, a partir da concepção de silêncio local, proposto por Orlandi (2007), uma vez que, o silêncio pode ser entendido como o jogo das contradições produzidas pelos diversos sentidos e de identificação do sujeito. Dessa maneira, o discurso encontra-se instaurado no interior de uma formação discursiva (FD) que por sua vez é regulado por uma formação ideológica (FI), as quais determinam aquilo que pode e deve ser dito. Desse modo, os processos discursivos não têm origem no sujeito, mas nele se realizam. Assim, as formas do silêncio trabalham nos limites das FDs, isto é, a “formação discursiva se define como aquilo que numa formação ideológica dada – ou seja, a partir de uma posição dada em uma conjuntura sócia-histórica dada – determina o que pode e deve ser dito” (PÊCHEUX apud ORLANDI, 2009, p. 43).

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O PODER DIZER E O DEVER CALAR: O SILENCIAMENTO COMO INTERDIÇÃO DO DISCURSO EM QUERÔ UMA REPORTAGEM MALDITA

  • DOI: 10.22533/at.ed.5352002102

  • Palavras-chave: Constituição do sujeito; formação discursiva; silêncio

  • Keywords: Constitución del sujeto; formación discursiva; silencio.

  • Abstract:

    En este trabajo, proponemos analizar, basados en el Análisis del Discurso (AD), los enunciados silenciados en Querô un maldito reportaje escrita por Plínio Marcos en 1976, observando no solo la interdicción de la obra, pero también la presencia del silenciamiento en las relaciones vividas por las personajes, dado que el silencio puede ser comprendido como una circunstancia que resulta la significación. Sin embargo, con la censura (forma institucionalizada del silencio), la pieza tuvo que ser reescrita en forma de novela, o sea, en un “maldito reportaje”. La novela cuenta la historia de un chico marginado que nació de una prostituta que se suicidó bebiendo querosene. El niño quedó a los cuidados de la señora Violeta que exploró su madre. Su nombre es Jerônimo da Piedade, pero era llamado de Querosene debido al incidente con su madre; más tarde se convirtió únicamente Querô. Todavía, en esta pesquisa adoptaremos sólo el silenciamiento como una política del sentido, que produce un corte entre lo que se dice y lo que no se enuncia, según el concepto de silencio local, una vez que iremos tratar de la censura de la obra de Plínio Marcos que en un primer momento fue escrita en forma de teatro. Por lo tanto, el discurso se establece dentro de una formación discursiva (FD) que, a su vez, está regulado por una formación ideológica (FI), las cuales determinan “aquello que se puede y se debe decir”. Así, las formas del silencio trabajan dentro de los límites de las formaciones discursivas, es decir, la “formación discursiva se define como aquello en una formación ideológica dada, desde una posición dada en un contexto socio-histórico dado determina lo que puede y debe decir” (PÊCHEUX ápud Orlandi, 2009, p. 43).

  • Número de páginas: 14

  • DENISE APARECIDA DE PAULO RIBEIRO LEPPOS
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