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capa do ebook A RELAÇÃO ENTRE, OS “NOVOS ENCLAVES FORTIFICADOS” NO   SUBÚRBIO CARIOCA E O MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA CIDADE ESPETÁCULO

A RELAÇÃO ENTRE, OS “NOVOS ENCLAVES FORTIFICADOS” NO SUBÚRBIO CARIOCA E O MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA CIDADE ESPETÁCULO

Este trabalho visa fomentar

questionamentos quanto ao avanço de um

novo modelo de moradia no subúrbio carioca.

As premissas que norteiam essas indagações

residem na preocupação com as alterações

socioeconômicas e culturais que essas

novas construções, denominadas “enclaves

fortificados” podem trazer para esse contexto.

Quando analisamos o território, onde estão se

instalando esses empreendimentos, percebese que os condomínios clube se proliferam,

ocupando o espaço onde, no passado,

instalavam-se as fábricas do enorme complexo

industrial, que era o subúrbio carioca. Com a

globalização da economia, a guerra fiscal entre

estados e municípios e a violência crescente

no Rio de Janeiro, parte considerável dessas

indústrias sucumbiram, motivadas também por

outro modelo de desenvolvimento econômico,

mudaram-se para outras cidades e estados,

deixando enormes vazios urbanos. A adoção

de um modelo de desenvolvimento baseado

nas cidades globais (COMPANS/1999),

que vem sendo gestado pelas sucessivas

administrações municipais, desde o primeiro

Governo do prefeito César Maia em 1993,

completou o trabalho de ocupação desses

espaços. Destaco que esse processo é global

e teve como marco Barcelona, cidade que

sediou as Olimpíadas de 1992. Esse modelo de

desenvolvimento vem sofrendo diversas críticas

por parte de pesquisadores da questão urbana,

por permitir a apropriação do espaço público

pelos interesses privados. Dentre esses críticos

destaca-se o geógrafo inglês David Harvey

(2005), que batizou esse movimento como

“Cidade Empresa”. Essa capitulação do Estado

em detrimento da iniciativa privada faz surgir um

novo modelo de desenvolvimento de cidades,

onde, a administração pública aboliu suas

preocupações com o Welfare states e passa a

funcionar como uma empresa, preocupada em

primeiro lugar em gerar lucro na relação com o

mercado, estabelecendo acordos que criam “As

Cidades de Exceção”, onde a iniciativa privada

adquire direitos de uso e administração de parte

do território, submetendo os citadinos as suas

regras (VAINER/2016). 

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A RELAÇÃO ENTRE, OS “NOVOS ENCLAVES FORTIFICADOS” NO SUBÚRBIO CARIOCA E O MODELO DE DESENVOLVIMENTO DA CIDADE ESPETÁCULO

  • DOI: 10.22533/at.ed.58420190315

  • Palavras-chave: Subúrbio, Cultura, Economia.

  • Keywords: Suburb, Culture, Economy.

  • Abstract:

    This paper aims to raise questions about the advancement of a new

    housing model in the carioca suburb. The premises that guide these questions lie in the

    concern with the socioeconomic and cultural changes that these new constructions,

    called “fortified enclaves” may bring to this context. When we analyze the territory,

    where these developments are being established, it is clear that the club condominiums

    proliferate, occupying the space where, in the past, the factories of the huge industrial

    complex, which was the suburb of Rio de Janeiro, settled. With the globalization of the

    economy, the fiscal war between states and municipalities and the increasing violence

    in Rio de Janeiro, a considerable part of these industries collapsed, motivated by

    another model of economic development, moved to other cities and states, leaving

    huge urban voids. . The adoption of a development model based on global cities

    (COMPANS/1999), which has been managed by successive municipal administrations

    since Mayor César Maia’s first government in 1993, completed the work of occupying

    these spaces. I point out that this process is global and was marked by Barcelona, the

    city that hosted the 1992 Olympics. This development model has been criticized by

    researchers on the urban issue, for allowing the appropriation of public space by private

    interests. Among these critics is the English geographer David Harvey (2005), who

    named this movement “Exception City”. This capitulation of the state to the detriment

    of private enterprise gives rise to a new model of city development, where the public

    administration has abolished its concerns about welfare states and now operates as

    a company, primarily concerned with generating profit in its relationship with the state.

    market, establishing agreements that create “The Cities of Exception”, where private

    initiative acquires rights of use and administration of part of the territory, subjecting the

    city to its rules (VAINER/2016).

  • Número de páginas: 12

  • Claudio Jorge da Silva Soares
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